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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Boitatá



E assim, em 31 de maio de 1560 o Mboi-tatá é registrado em carta pelo jesuíta. Mbai, cousa, e tatá, fogo. Um fogo vivo que se desloca, deixando apenas um "facho cintilante", que, seguindo a narrativa, atacava as pessoas. A imagem de um faixo serpenteando, da marcha ondulada pode ter sido responsável em associar a criatura a uma serpente.

No tupi existe uma palavra com a pronúncia levemente diferente de mba, que tem um significado diferente de "cousa", que é mbói, que significa cobra. E assim, a Coisa-deFogo (mbai-tata) se torna a cobra de fogo mboi-tatá. Foi essa a imagem que se popularizou, o rastro ondulante feito de fogo que como uma serpente vai de um lado a outro. E é difícil encontrar registros sobre a criatura que, mesmo aludindo a ambas as origens (mbai e mboi) deixem de lado sua natureza e aparência ofídia.

Da linguagem nativa para o português o mboi virou boi (bos, bovis do latim), e como não existe diferença sensível na pronúncia das duas palavras surgiram descrições do Mboitatá como um touro, no livro terra catarinense temos a descrição de um animal "grande como um touro, com patas e um olho enorme no meio da testa, como um Cíclope", e ainda ganhou de Lindolfo Xavier chifres, patas cuneformes e o olho flamejante. A figura do boi ainda se mescla com muitas outras crenças, o próprio lobisomem, em alguns estados, é descrito da seguinte forma: "Sai de casa à procura de algum recanto de estrada onde se deite. Espoja-se, requebra-se, faz trejeitos, até virar um bezerro negro de longas orelhas." "......é bezerro negro . . . .. ostenta couro cabeludo de fazer cachos, além de cascos pequeninos, olhar fuzilante e; depois, dotado de força e agilidade extraordinárias.", ainda existem relatos de criaturas que de dia são homens e de noite se tornam algo muito semelhante à descrição do centauro, metade boi ou cavalo e metade homem desfigurado.

Séculos depois de Anchieta o Mbai-tatá foi associado por outros folcloristas a outras criaturas de fogo em outros países e também não demorou para a associarem com o fogo-fátuo, que é tema universal no folclore, todos os países possuem em seu folclore explicação para a chama noturna que aparece e depois desaparece sem deixar vestígios
O fogo-fátuo (ignis fatuus em latim), também chamado de fogo tolo ou, no interior do Brasil, fogo corredor ou joão-galafoice, é uma luz azulada que pode ser avistada em cemitérios, pântanos, brejos, etc. É a inflamação espontânea do gás dos pântanos (metano), resultante da decomposição de seres vivos: plantas e animais típicos do ambiente.
Os gaúchos ainda não dominavam a técnica das dharqueadas.
Matavam o gado, tiravam o couro e um pouco de carne ficando muito material organico.

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