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terça-feira, 8 de novembro de 2016

FEIRA DO LIVRO DE NOVO HAMBURGO

JUNTO COM MOSTRATEC NA FENAC


Quando o divulgador cultural começou a  informar  na  praça  que a  feira do livro seria na FENAC, houve indignação.
Mas  o divulgador  esqueceu  de  explicar que  seria  junto à mostratec do colégio Liberato que atrai  muita  gente.
Todos os anos, nesta altura do calendário, Novo Hamburgo sofre uma ameaça: a não realização da Feira do Livro. A cada vez as razões são diferentes, mas no fundo todas elas têm a mesma origem: a noção de que Cultura é gasto e, não, investimento.
É bem verdade que muitas vezes a Feira passa em branco para muitos hamburguenses. O orçamento de divulgação do evento é baixíssimo. Ano passado, a redução foi tanta que levou a a realização da Feira no espaço da FENAC, durante a Mostratec. Na prática do público em geral, foi um evento quase tão virtual quanto o aparecimento de um Pokemon. Uma lástima, porque tivemos Charles Kiefer como patrono, um dos grandes escritores da Literatura Gaúcha da atualidade.
Mas é preciso prestar atenção: a Natureza detesta o Vazio. A natureza humana, desde que iniciou sua caminhada, sempre se fez acompanhar da arte das histórias. Das paredes de pedra à rede virtual, é fácil entender que se não investirmos naquilo que nossa comunidade entende por Cultura de qualidade, haverá uma cultura qualquer à espreita para tomar o espaço vazio que deixamos de lado.
Novo Hamburgo não pode abrir mão de sua Feira do Livro. Não pode abrir mão desse investimento no bem comum, na celebração da criação e do encontro positivo de seus habitantes. E precisa trazer a Feira de volta à praça pública, espaço democrático onde todo mundo passa. Abrir mão desse investimento, ou se arriscar a investir de maneira errada nessa época de crise, é comprometer um trabalho de décadas, tanto em direção ao Passado, quando em direção ao Futuro. É deixar um espaço vazio que não ficará vazio: será preenchido por não se sabe quais carências pessoais e sociais que um dia poderão nos custar muito mais caro ao bolso e às lágrimas, do que uma festa literária, aberta a todos, tão universal que reúne, inclusive, aqueles que não sabem que ela está a acorrer.

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